domingo, 19 de setembro de 2010

ler ou não ler?





Saudações terráqueos!


Ler ou não ler?

Meus preconceitos não me permitiram conhecer muitas coisas, sei disso, mas alguns deles começo a vencer e agradeço por isso!

Ler sonetos de William Shakespeare sempre foi pra mim algo sofisticado demais! Eu passar meu tempo lendo esses textos difíceis e chatos? Nunca! É chato demais! Cabeça demais!

Que idiota me acho agora quando lembro que já pensei isso!

Espero que você que ler esse meu pequeno texto, que nada tem de sofisticado ou difícil, não pense como eu!

William Shakespeare era definitivamente um gênio! Nossa cultura pop hoje é tão cheia de imagens e tão poucas verdades! Rock sem revolta, amor sem profundidade alguma. O que falta? Acho que é leitura!

Deixou para você que nunca leu nada do grande William Shakespeare, uma pequena amostra, mas se mesmo assim você ainda não quiser ler, pode assistir o vídeo do seriado som e fúria.

Boa leitura, bons pensamentos!


A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca

Ato III, Cena I

Ser ou não ser, eis a questão!

Será mais nobre sofrer na alma

pedradas e flechadas do destino feroz,

ou pegar em armas contra o mar de angústias,

e combatendo-o, dar-lhe fim?

Morrer; dormir; só isso.

E com sono dizem – extinguir dores do coração

e as mil mazelas naturais a que a carne é sujeita

eis uma consumação ardentemente desejável.

Morrer, dormir, dormir! Talvez sonhar!

Os sonhos que virão no sono da morte quando tivermos escapado

ao tumulto da vida nos obrigam a hesitar:

e é essa a reflexão que dá à desventura uma vida tão longa.

Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo,

a afronta do opressor, desdém do orgulhoso,

as pontadas do amor humilhado, as delongas da lei,

a prepotência do governante,

e o achincalho que o homem paciente e dedicado

recebe dos inúteis podendo ele próprio encontrar seu repouso

com um simples punhal?

Quem agüentaria fardos gemendo e suando numa vida servil

senão por temer de alguma coisa após a morte:

o país não descoberto, de onde jamais se voltou nenhum viajante,

nos confunde a vontade,

nos faz preferir e suportar os males que já temos,

a fugirmos para outros que desconhecemos.

Assim a reflexão faz de todos nós covardes!

Assim a força natural de uma decisão

se transforma em fétido pensamento.

E empreitadas de vigor e coragem, refletidas demais,

saem de seu caminho, perdem o nome de ação!
http://www.youtube.com/watch?v=NzfkYW_UbfA